No Portal Galego da Língua ★ No Diário Liberdade
Se a Propaganda e a realidade não se encarregasssem de ir desgastando um lado das palavras, resultaria paradoxal o seguinte facto: que é a própria autonomia de Galicia que impede a independência da Galiza, porque a primeira (auto-nomia, ‘com as suas próprias regras’) etimologicamente significa justo o segundo (in-dependência), mas politicamente significa o contrário. Além, a coexistência dos dous nomes coletivos nossos em imaginários cruzados entre dous estados do capital permite a Fé no paradoxal, a acomodação ideológica do irrealizável: a Fé em que a partir da autonomia que nega a independência se possa chegar nem sequer ao federalismo que também a nega. A matemática política dá lugar assim, por multiplicação de dous por dous, às quatro terras que forçam a nossa paralisia permanente: a Galicia española, a Galícia portuguesa (entendida através da España), a Galiza española, e a Galiza portuguesa, cada uma a turrar para que nada se mova, exatamente para que não nasça a quinta terra: a Galiza galega, ou, melhor ainda, a Galiza sem adjetivo, ácrata, porque como nome é apenas resumo, não essência.