Publicado em Non! – crítica e intervenção
Confesso não conhecer muito os detalhes da proposta de regionalização de Portugal, mas, como galego do Norte, supõe-se que deveria ser uma questão que nos interessasse. A Galiza “desfruta” dum pedacinho de Estado monárquico na forma da Comunidade Autónoma “Galicia”, e a aparência de democracia mais directa também inça de cada vez mais as nossas maltratadas consciências. Apenas algumas gentes, provavelmente lunáticas, comprimidas entre várias formas de Estado –desde a crescente Europa até aos governos locais dos concelhos– debatem-se entre aceitarem a miragem duma suposta “aproximação” do Estado aos súbditos e a sua inusual lealdade às utopias, isto é: um mundo sem Estados como os conhecemos, e uma verdadeira regionalização e nacionalização definida pela união livre e pela desunião também livre.